terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Vandalismo na Praça de Lisboa

Palavra Esparsa



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Estava ontem empenhadamente a almoçar um arrozinho de cabidela de lei no restaurante A Floresta, em Arcos de Valdevez (onde se come sempre maravilhosamente por apenas 6 euros!!! Pois é - uma das muitas vantagens de viver no "campo"), quando ouço, de costas voltadas para o televisor, no noticiário da TVI, que A Praça de Lisboa, em pleno centro histórico do Porto, tinha sido completamente vandalizada.
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Esta fotografia da Praça de Lisboa foi tirada por mim do alto da Torre dos Clérigos, em 1992. No centro da Praça pode-se ver a estrutura que albergava um restaurante Pizza Hut (onde, no final desse mesmo ano, um conjunto de bons amigos se despediu de mim na véspera da partida para Bristol, Inglaterra, onde viria a passar uma temporada ao abrigo do programa Erasmus); ao lado, a esplanada do Café na Praça (creio que era este o seu nome), um Café-Restaurante trendy onde muitas vezes lia o jornal ao sábado à tarde e onde me lembro de ter passado muitos e bons momentos em tertúlia ou agradavelmente acompanhado.
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Terá sido por volta de 1995-96 que a praça começou a "morrer", quando algumas das lojas que aí se instalaram começaram a fechar. Outras abriram, mas sempre por pouco tempo, e nunca ocupando todos os espaços comerciais disponíveis. Desde então, já não vivendo no Porto, passei por lá muito poucas vezes e espaçadamente. A degradação do espaço tornou-se evidente de ano para ano, sobretudo pela falta de presença humana (creio que ainda terei jantado no Pizza Hut em 2002) - o que é difícil de compreender, estando esta tão bem situada; para quem não conhece, junto à Torre dos Clérigos, à belíssima Livraria Lello, à Praça dos Leões, ao Jardim da Cordoaria...
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Soube, há algum tempo atrás, do interesse da Federação Académica do Porto em aproveitar aquele espaço para criar um "Polo Zero" - creio que um espaço multifuncional para a comunidade académica, de estudo e lazer. Como onde há estudantes, há vida, e aquilo já tresanda a cadáver há muito, francamente, não sei do que estão à espera. Para mais, quando os novos polos da universidade afastaram os estudantes do centro da cidade.
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Quanto aos actos de vandalismo que me distaíram da saborosa perninha de frango, só se pode dizer que nada mais haveria a esperar. Quando se tratam os comportamentos proto-criminais com a leveza que a nossa sociedade lhes atribui, é bem feito. E como se costuma dizer, a feira ainda vai no adro - infelizmente. E outra: enquanto houver crime sem castigo, é isto que teremos.
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E como se não bastasse, ao chegar a casa para jantar (seria para me estragar o repasto nocturno?), também ouvi (na TSF) o nosso Procurador Geral da República dizer - creio que numa Comissão da Assembleia da República - que não tinha solução para o problema do segredo de justiça. Não tem solução? Então que ALGUÉM tenha!!!
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Para não me ir deitar com azia, recordo com agrado o almoço de despedida para Bristol no Pizza Hut da Praça de Lisboa. Bons tempos, bons amigos. Gostava de poder estar convosco mais vezes.
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