quinta-feira, 31 de maio de 2007

Percurso Pedestre do Salto do Cabrito, S. Miguel, Açores

Andarilho
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Em Junho de 2001 a minha amiga Nanda acolheu-me durante uma semana na sua casa em Ponta Delgada, S. Miguel. Cheguei para conhecer duas ilhas dos Açores, sem grandes planos. Uma semana em casa da Nanda e três dias em casa de outra amiga, a Esperança, na Praia da Vitória, Ilha Terceira. Para viver ao ritmo das suas rotinas.
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No dia seguinte à minha chegada, creio que um sábado, a Nanda já tinha planos para mim (e para ela). Uma caminhada até ao Salto do Cabrito, com partida e chegada na Ribeira Grande, com passagem por Caldeiras. As mulheres mandam! Arrancámos de manhã cedo. À chegada à Riberia Grande juntámo-nos a uma dezena de pedestrianistas que também participariam na caminhada, orientada pelos Amigos dos Açores, uma associação ecológica.
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Não vos maço com muitas mais palavras: estas três horas de caminhada foram de certeza um dos momentos altos da minha vida de viandante. Para quem viaja, a possibilidade de conhecer os locais que visita na companhia de quem os conhece é uma mais-valia. Fiquem com algumas das fotos (do que vos garanto ser uma das paisagens naturais mais belas do mundo):




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Próximas duas fotos: Central Hidroelétrica do Salto do Cabrito
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Salto do Cabrito:
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Bosque de criptomérias:
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Central Geotérmica Piloto:
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Próximas duas fotos: Caldeiras
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segunda-feira, 21 de maio de 2007

Greenwich, Londres

Andarilho
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Hoje, que se soube do incêndio que devastou o famoso Cutty Sark, recupero algumas fotografias da zona de Greenwich (pronuncia-se gren-ich), em Londres, de um passeio realizado com um magnífico grupo de amigos em Junho de 2001.
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A zona histórica de Greenwich faz parte da lista Património Mundial da Unesco desde 1997. Situada fora das zonas mais turísticas da cidade de Londres, a leste, na margem sul do Tamisa, é ignorada por uma grande parte dos turistas e viajantes que se deslocam à capital inglesa. Injustamente, diga-se, pois é um espaço de horizontes abertos, em que é possível passear a um ritmo pausado por ruas pitorescas, zonas verdes amplas e por entre construções monumentais, clássicas, longe do frenesim do centro da cidade. A não perder, destaca-se (com o incêndio de hoje, desconhece-se o seu futuro) o Cutty Sark, o veleiro mais veloz do mundo, construído em 1869 e retirado para uma doca seca de Greenwich em 1954; o National Maritime Museum; o Old Royal Naval College; o Greenwich Park e o Royal Observatory, onde poderão colocar cada um dos pés em ambos os lados do meridiano homónimo. Um pouco afastado do conjunto monumental, mas também de interesse, a Millenium Dome.
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Para chegar a Greenwich a partir do centro de Londres, aconselho duas alternativas: apanhando o DLR (metro de superfície) até à estação de Cutty Sark, com passagem por bairros degradados dos subúrbios da metrópole, o que nos permite vislumbrar uma outra faceta de Londres; ou, se o tempo estiver de feição, de barco, para o que terão de procurar informação específica. De regresso ao centro de Londres, e se estiverem em grupo, aconselho vivamente atravessarem o Tamisa pelo Greenwich Foot Tunnel, que, como depreendem, passa por debaixo das águas castanhas do maior rio inglês. Com 390 metros de comprimento, a travessia do túnel pode tornar-se num momento excitante de fim de visita a esta parte de Londres. Para descerem ao túnel poderão utilizar um elevador (que só funciona a certas horas) ou descer (e subir) cerca de 100 degraus. A saída encontra-se na Isle of Dogs, na margem norte do Tamisa, com uma vista lindíssima sobre Greenwich. A partir daqui poderão visitar o igualmente interessante Canary Wharf complex.
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quarta-feira, 16 de maio de 2007

África Acima

As Viagens dos Outros
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"A península do Cabo da Boa Esperança (...). Aqui teve origem Portugal, penso. Não aquele dos portugueses, mas o país do resto do mundo. Se não fora por este Adamastor por fim domado, o que nos faria aparecer no percurso comum da humanidade? Que espaço nos seria dedicado na enciclopédia? Quantas linhas, que assunto, nos livros de história? Uma nota de pé de página sobre a pesca do bacalhau?"
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Este é um dos parágrafos iniciais de África Acima, o novo livro do viandante Gonçalo Cadilhe, que aconselho vivamente. Confesso que gostava de ter tido a coragem do Gonçalo - a de enveredar por um estilo de vida desprendido de lugares comuns e ao mesmo tempo dedicado a uma causa: a construção de um planisfério pessoal (nome do seu primeiro livro). Sempre quis ser escritor de viagens, mas algures num qualquer cruzamento da minha vida terei confundido o caminho a seguir. Paciência. Resta-me ler sobre as andanças dos outros e escrever estes humildes relatos no Viandante. Nada mau.
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África Acima é uma colecção de crónicas publicadas no semanário Expresso sobre a sua travessia de oito meses do continente africano, num percurso sul-norte. Está redigido numa linguagem simples e directa, a espaços extremamente inteligente; o registo de diálogos e a observação de pormenores é surpreendente. Façam o favor de ler.
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Gonçalo Cadilhe, África Acima, Oficina do Livro, 2007. Citação da página 16. Imagem: marcador de livros da edição.
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domingo, 13 de maio de 2007

Uma Viagem com Gatos

As Viagens dos Outros
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Acabei de ler um texto lindíssimo (o quinto de uma série) sobre uma expedição a Marrocos. Com gatos, burros, dromedários, formigas e sapos. A personagem principal desta narrativa de viagem é o meu animal preferido (e sagrado para os muçulmanos): o gato. Vale a pena lê-la, aqui, no blogue da Fátima Mariano. O gatinho cinzento é meu! Já o adoptámos cá em casa.
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segunda-feira, 7 de maio de 2007

Península de Morrazo, Galiza

Andarilho
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Muito perto do norte de Portugal encontra-se um dos segredos mais bem guardados da Galiza: a Península de Morrazo, a norte de Vigo. A palavra segredo será um exagero, mas a proximidade a esta cidade, Pontevedra e Sanxenxo faz com que seja relegada para segundo plano nos percursos de viagem de muitos viandantes. E ainda bem, cá para nós. Dois locais deverão merecer a vossa atenção: o parque de Campismo Aldán, na vila homónima, e o fantástico Cabo de Home.
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O Camping Aldán é um parque bem equipado, com muitas árvores frondosas e amplas áreas relvadas. O seu maior trunfo é a sua localização, a cerca de 500 metros da Playa de Francón, através de um caminho íngreme e com vistas lindíssimas sobre a baía, e a menos de um quilómetro de Aldán. Duas a três vezes por ano passamos aqui um fim-de-semana, geralmente em Junho, em que a ocupação do parque é pouco intensa e o sossego impera. A pequena Playa de Francón é bastante frequentada, sendo difícil encontrar um lugar para estender a toalha a meio da tarde; tal deve-se ao facto de se situar ao pé de outro parque de campismo (sempre cheio e menos aconselhável) e à sua localização privilegiada, num recanto da Ria de Aldán. Mas o mais agradável para mim é poder saborear uma cerveja fresca no bar tosco em estilo tropical que existe sobre a praia, com vistas magníficas e o ruído de fundo dos banhistas e das ondas a desfazerem-se no areal.
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O Cabo de Home (na foto, em baixo), a poucos quilómetros de Aldán, é uma área protegida, de acesso restrito: os caminhos que o percorrem não são alcatroados e algo difíceis de fazer; parte do percurso é dramático, feito sobre as falésias. A pé, de bicicleta ou de automóvel, é um passeio memorável. A sua maior atracção é a Playa de Melide (visível na foto), em frente à baía de Vigo e às Islas Cíes - um verdadeiro paraíso para quem aprecie a natureza em estado quase puro. Está rodeada de pinhais limpíssimos, que, graças às suas sombras abundantes e brisa constante, convidam a uma boa soneca a meio da tarde. O seu maior encanto é que, até ao meio-dia, arriscamo-nos a ser os únicos banhistas em toda a praia e área circundante, pois os hábitos noctívagos dos nossos vizinhos retêm-nos em casa até essa hora. É obrigatório levar-se pic-nic, pois o pequeno bar que existe na praia pouco mais serve que sandes e uma cervejinha fresca.
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É um daqueles poucos segredos que merece ser partilhado.
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quinta-feira, 3 de maio de 2007

Este Fulgor Baço da Terra

"Este Fulgor Baço da Terra", verso do último poema da Mensagem de Fernando Pessoa, dá o nome ao blogue que conclui o processo de "redefinição editorial" dos meus textos, de natureza muito díspar. Os posts editados no Viandante até à data ficarão em arquivo neste mesmo blogue.
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Assim:
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Este Fulgor Baço da Terra será um espaço de exercício da cidadania: apontamentos sobre quase nada e tudo menos qualquer coisinha.
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O a.p.o.n.t.a.m.e.n.t.o.s pretende ser uma espécie de bloco de notas: aqui se registarão apenas coisas boas.
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Viagens com açúcar será um repositório de histórias sobre o coleccionismo de pacotes de açúcar e um espaço de divulgação de objectos de colecção.
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A partir de hoje, finalmente, o Viandante acolherá exclusivamente textos sobre viagens, viandas e afins.
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Obrigado pela vossa atenção. Boas leituras e, se o desejarem, ainda melhores comentários!
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