sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Le Pays de l'Ardèche Meridionale

Andarilho
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A movimentadíssima A7, que liga Marselha a Lyon, pode ser um pesadelo para quem, durante o verão, de férias ou em trabalho, se desloca para o sul ou norte da Europa. Em duas ocasiões fomos obrigados a abandoná-la por não permitir aquilo para que foi construída: o movimento célere de automóveis. Em ambas as ocasiões, a poucos quilómetros de Valence; e em ambas com um golpe de felicidade. Desta vez, saímos para leste, embrenhando-nos nas estradas tortuosas do Departamento de Ardèche. E que descoberta! Tal, que é difícil perceber o movimento louco de automóveis em direcção à Provença, quando ali, tão perto, repousa um paraíso para os sentidos - certamente desconhecido de muitos franceses.
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Da paisagem semi-Alpina, de bosques de cedros, carvalhos e castanheiros, a noroeste de Aubenas, às Gorges de L'Ardèche, a sudeste, claramente mediterrânica, o Departamento de Ardèche, na sua parte meridional, revela-se um destino de férias de eleição para quem goste do contacto com a natureza, de desportos radicais, da simplicidade nos contactos pessoais e, necessariamente, tenha uma boca exigente...
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Para tal, aconselha-se a estada num dos inúmeros parques de campismo da região, a maior parte situados à beira-rio e bem equipados. Poderia deixar outras sugestões, mas limito-me a duas, para que a descoberta seja pessoal: que se percorram as estradas menos óbvias, sem deixar de fazer a D294 (com passagem por Balazuc, uma Village de Caractère) e a extraordinária D290, entre Pont D'Arc e St Martin D'Ardèche, pelas gargantas do rio Ardèche; e que, se por mero acaso passarem por Jaujac, a leste de Aubenas, presenteiem o estômago com uma refeição no despretencioso e algo kitsch (parece um contra-senso, mas não é) Restaurant-Bar Les Loisirs (menu completo a 23 euros em Agosto de 2007).
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sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Propósito de Viandante

Coleccionar menos paisagens, menos monumentos visitados, menos fotografias tiradas; ou acrescentar-lhes mais conversas anónimas, escutadas em mercados e esplanadas, mais diálogos audazes com nativos, o cheiro de uma flor, os aromas de um prato estranho, o nome de uma árvore desconhecida...
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