quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Croácia (Périplo 2012), Dia 3: Sob as estrelas em Maderno, Lago Garda

O terceiro dia da nossa aventura terminaria, como planeáramos, junto ao Lago Garda, o maior de Itália, no sopé dos Alpes. Inicialmente, pretendíamos chegar aqui ao fim do segundo dia. Mas sem stress... que é precisamente o que esta paisagem não nos transmite.
 
Acercámo-nos ao lago após o almoço, que despachámos numa área de serviço perto de Cremona, ao lado de um camião português, cujo camionista se fazia acompanhar pela esposa, ou companheira, ou amiga... Grelhavam bifes num braseiro portátil; nós ficámo-nos por umas sandocas, batata-frita, azeitonas e cerveja sem álcool. Abordámos o lago pela margem ocidental, junto a Salò, de onde, num cotovelo de estrada, tirámos as fotos em baixo. Também ali estava um gipe desportivo com um casal de jovens, atrapalhados: estavam sem bateria. O homem acercou-se de nós e pediu-me que o levasse à garagem mais próxima, explicando o que se tinha passado; hesitei, mas acabei por assentir ao pedido, pois pareceram-me filhos de papás em passeio, o que se confirmou - eram estudantes universitários milaneses numa saída de férias num gipe descapotável emprestado (de um irmão, pareceu-me). De qualquer modo, depois de ajudá-lo a encontrar uma bateria, a três quilómetros de distância, e de arrancarmos, achámos que tomámos um risco desnecessário. Mas tudo correu bem e fizemos uma boa ação.

 
Chegámos a Maderno pouco depois, sob um sol tórrido. Caminhámos pelo paredão a observar, invejosos, as villas rodeadas por ciprestes nas encostas adjacentes; comemos um gelado, tirámos algumas fotografias e abalámos em busca de um parque de campismo mais adiante. Mas não andámos muito: ainda em Maderno, vimos várias indicações para parques de campismo junto ao lago e, como a localidade era muito agradável, fomos espreitar. Acabámos por ficar no Camping Promontorio, num alvéolo a 20 ou 30 passos da praia. Não podíamos ter feito melhor opção: com a tarde ainda a meio, não escapávamos de nova banhoca e de provarmos mais umas loiras italianas. A paisagem era deslumbrante, a água quentinha (estranho, para um lago tão a norte!), as condições do parque muito boas... Que mais se podia pedir? Fomos à água como quem não come há horas se faz a uma refeição quente: a temperatura raiava os 40º e a roupa colava-se ao corpo. As rochas e godos do leito do lago dificultavam-nos a permanência prolongada na água, pois não tínhamos as sandálias próprias para este tipo de praias. Depois do banho, caminhámos no paredão contíguo aos parques de campismo que se alinhavam e bebemos uma cerveja gelada (Poretti) numa esplanada. Perfeito!







Depois do jantar - um arroz de sardinhas e pimento verde de pedir por mais! -, voltámos a caminhar pelo paredão, observando as pessoas a gozarem a vida. Preparámos tudo para nos deitarmos e arrancarmos cedo no dia seguinte, mas, antes de nos fazermos ao colchão, sugeri à Lili que estendêssemos uma toalha na praia. A temperatura estava fantástica e o sentimento de segurança era total. Assim  fizemos. Adormecemos a olhar as estrelas e a ouvir o marulhar das ondas do lago, cheio de segredos. Acordámos pouco antes da uma da manhã e rumámos à casota. Felizes.


Conta-quilómetros: 2155 (476 nesta jornada)

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