segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Périplo 2011, Eslovénia - Dia 2: baptismo

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Está abençoada! Sem que ninguém o previsse, trovejou e choveu abundantemente durante a madrugada. Como de costume, a Li só se deu conta de manhã, quando a informei do trabalho extra que teríamos ao arrumar a tralha no bólide. Fez-nos lembrar a má experiência do ano passado, mas, por outro lado, tenda nova e abençoada, viagem carimbada! Que assim seja!
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Da etapa deste segundo dia não se esperava que resultassem grandes experiências de viagem, pois queríamos sobretudo somar quilómetros. Um ligeiro atraso matinal, resultante de tentar arrumar a tenda o mais seca possível, condicionou um pouco esse desígnio. Mesmo acordando às 7 da manhã, com a preparação do pequeno almoço, de sandes e café para a viagem, a higiene pessoal e o arrumar cuidado e por ordem de todas as coisas, só arrancámos pelas 9.30. Nestas viagens grandes, em que a bagageira do carro vai atulhada, a organização é fundamental: tirar e colocar as coisas pela mesma ordem; deixar no banco de trás apenas aquilo que não chame a atenção; não deixar nada na bagageira que implique o abrir e fechar da mesma durante o dia... Por isso, nos primeiros dias, demoramos sempre um pouco mais no desenvolvimento destas rotinas.
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O céu entreabriu-se à medida que nos aproximámos do País Basco, que nos dá sempre muito prazer atravessar, pela mudança abrupta de paisagem. A primeira paragem em França fizémo-la numa área de serviço já nossa conhecida, em que se presta homenagem ao Tour de France e às fantásticas etapas pirenaicas.
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Sentimo-nos encorajados pelo seu esforço; e não só: a Li desabafa - "Vão nus!"
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Ao aproximarmo-nos de Toulouse, decidimos sair da A64, em direcção a Foix. Procuraríamos um parque de campismo perto de Mirepoix, que pretendíamos conhecer (apesar de nenhum guia nem o GPS apontar a existência de algum na cidade). Estávamos algo cansados de uma primeira noite menos bem dormida, o que é normal nestas ocasiões. Antes de Foix, resolvemos cortar por uma estrada municipal, que, em teoria, encortaria a distância até Mirepoix. Um trajecto bonito, que nos conduziu até Le Mas d'Azil, onde fomos surpreendidos por uma gruta natural gigantesca, aproveitada para a construção da via de acesso à vila. Um momento espectacular, com as paredes superiores da gruta, onduladas, menos próximas do tejadilho do que aparentaram durante a travessia.
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Perto de Le Mas d'Azil
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Acabaríamos por acampar ali. Depois de atravessarmos a vila, deparámos com um parque de campismo à face da estrada (Le Petit Pyrénnéen), ao longo do rio. Revelou-se um parque muito agradável, em que os responsáveis não pareciam muito preocupados com questões formais. Acampámos sobre um relvado imaculado, ainda com o sol a queimar a pele e a fazer escorrer o suor - pelo labor de pôr  a nossa casinha de pé. Facto placado imediatamente com duas ou três minis majestosas, ainda de produção nacional.
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Ao jantar, um bife do lombo grelhado, acompanhado por arroz seco e saladinha de feijão frade. Também se bebeu bem, pois claro, ao mesmo tempo que, ao longe, se anunciava nova trovoada. "Mmm, está a perseguir-nos!"
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Nota do dia: os preços em Espanha (de qualquer tipo de bens e serviços) aproximam-se cada vez mais dos nossos. Ou será o contrário?
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Conta-quilómetros: 1128 (627 nesta etapa)
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