segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Croácia (Périplo 2012), dia 10: De Trpanj a Ploče e o parque nacional de Krka

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Este viria a ser o dia mais longo por terras croatas. Ou melhor, por águas croatas. Decidimos não percorrer a península de Pelješac e voltar a atravessar a faixa de Neum, na Bósnia e Herzegovina. Na noite anterior tinha equacionado regressarmos ao norte da Croácia atravessando a Bósnia, com paragem em Mostar e Sarajevo, mas poderia tornar o calendário de regresso um pouco apertado. Com pena minha, sobretudo, deixaremos a Bósnia para um périplo futuro.
 
Decidimos, então, pela travessia de ferry entre Trpanj e Ploče. Como não sabíamos bem ao que íamos (tínhamos os horários das travessias, mas não fazíamos ideia se seria difícil conseguir bilhete), saímos de Orebič muito cedo, após um pequeno-almoço a quatro (os gatos do parque já sabiam onde se comia a melhor comida do mundo!).
 
Chegámos cedo a Trpanj, mas já havia uma fila de 25 carros para o ferry (tinha lotação de 50). Tivemos tempo para comprar alguns legumes para os dias seguintes (e descobrir que verdura nos tinham afinal servido com o fish platter dois dias antes: não eram nabiças, mas sim folhas de beterraba) e de tomar um café descontraído com vista para o mar, acompanhado de um croissant com chocolate que ficará na nossa memória por muitos anos!






Ploče não justificou uma paragem e seguimos em direção à auto-estrada que nos conduziria para norte. Antes de a apanharmos, passámos pelo vale fértil já referido anteriormente, onde parámos para almoçar, junto a uma vendedora de estrada: umas sandes preparadas de manhã, uma Kaltenberg partilhada (alemã apenas razoável - talvez por estar pouco fresca) e o resto do melão que havíamos trazido de Portugal cortado em pedaços num tupperware. Antes de começarmos a matar o bicho, comprámos à vendedora uma meloa e um litro de azeite local , após uma curta conversa, limitada pelo domínio sofrível do inglês da senhora. Por simpatia, e porque estávamos a ocupar parte do pequeno estacionamento onde acostavam os carros que ali paravam, oferecemos-lhe um pedaço do nosso melão, que achou delicioso. Despediu-se de nós com um sorriso genuíno e reconhecido. Um sorriso inesquecível.


Já na auto-estrada, tivemos de tomar uma decisão sobre o que fazer no resto do dia. Não planeáramos nada em concreto, apenas seguir para norte e, se chegássemos a horas ao Parque Nacional dos Lagos de Plitvice, visitá-lo antes de arranjarmos um parque de campismo para pernoitar. Mas já era tarde, por isso decidimos visitar outro parque nacional muito conhecido - o de Krka.

Em Skradin, onde fica o centro de acolhimento do parque, somos (bem) surpreendidos pela necessidade de efetuar um cruzeiro pelo rio Krka para chegarmos ao ponto de maior interesse - o Skradinski Buk: um conjunto de cascatas em escada que culminam numa ampla piscina natural.

Realizámos o percurso pedestre em torno do Stradinski Buk a partir da área de restauração. Estava tudo muito bem sinalizado e naturalmente preservado, com painéis informativos sobre a fauna e a flora ao longo do percurso circular. Na parte final, depois de visitarmos um museu rural, comprámos amêndoas caramelizadas a um vendedor de produtos regionais, que me ofereceu um pouco de licor para provar (e tentar vender). Aquelas amêndoas caíram do céu de deliciosas e porque ajudaram a ganhar alguma energia para a parte final do percurso.








 

 
 


 


Chegámos a Skradin já ao final da tarde, com pouco tempo para procurarmos um parque de campismo junto à costa. E pelas indicações que tínhamos, ali perto, só exitia um. Procurámo-lo sem sucesso. Encontramos outro, mas não nos agradou. Pelo que nos fizemos à estrada em direção a norte. A noite aproximava-se e a opção por um hotel tornou-se inevitável. No entanto, encontrávamo-nos na zona menos habitada da Croácia que tínhamos visitado até agora, cerca de 50 kilómetros para o interior, entre Zadar e Split: paisagem de planalto quase sem árvores, com pequenas aldeias dispersas, degradadas e quase desabitadas.
 
 
A localidade maior mais próxima era Knin, antiga capital do Reino da Croácia, ainda mais para o interior, e onde o GPS nos indicava a existência de um só hotel!. Ala que se fazia tarde! Já seriam cerca das 10.00 quando ali chegámos. Era uma cidade pequena e pouco moderna, aparentemente, mas tinha muita gente nas ruas e esplanadas. Tivemos de dar várias voltas até encontrar o hotel, que não nos agradou muito. Tinha mais aspeto de pensão do que de hotel. Nova volta pelo burgo sem vislumbre de melhor, ou sequer de qualquer outro, pelo que lá regressámos. Afinal, não era tão mau como parecia e tinha um aspeto asseado. A simpatia do trato era aquela a que já nos habituáramos: indiferente. Mas tivemos sorte, pois ainda nos serviram de jantar: uma sopa de cogumelos gustosa e um bife de vitela à Zagreb (panado, com queijo e fiambre). Foi tudo, pois a fome era muita! Da conversa entre outro comensal e o funcionário, em Croata, consegui aperceber-me da novidade do dia: a transferência de Luka Modrić do Tottenham para o Real Madrid.
 
Conta-quilómetros: 4010 (286 no dia)
 
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