domingo, 11 de fevereiro de 2007

Sobre a Democracia Representativa

Palavra Esparsa
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A percentagem de cidadãos abstencionistas no referendo hoje realizado leva-me a formular alguns disparates:
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1. A realização do referendo foi uma tonteria. Mas mais do que isso, foi um ultraje aos dinheiros públicos. A questão devia ter sido decidida na Assembleia da República. É para isso que elegemos os nossos representantes. E não interessa nada à questão se estamos mal ou bem representados. Interessaria, isso sim, saber a quem deu jeito este referendo.
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2. A realização de um referendo só se justifica em questões maiores: a participação ou não numa guerra ou a entrada numa instituição como a União Europeia (mas não pronunciarmo-nos sobre a sua Constituição), por exemplo. Não sei se a lei prevê a auscultação do povo nestas situações, mas é em relação a elas que se justifica ouvir os cidadãos.
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3. O que o cidadão quer, na verdade, é ser feliz. Tratar da sua vidinha. E para isso só precisa do estado como garante de que não tem obstáculos "burocráticos" de monta na sua curta passagem pelo mundo terreno. Em suma: uma Justiça digna desse nome e condições para que as "relações económicas" entre pessoas e instituições floresçam. Para tal, elege de xis em xis anos os seus representantes maiores, a quem cabe decidir sensatamente em questões como a que hoje levou um punhado de cidadãos crédulos (eu fui um deles) às urnas.
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4. Ou será que também temos de referendar estes deveres do estado?
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