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As cidades alemãs de Füssen e Hohenschwangau, na Baviera, no sopé dos Alpes, inspiram ao romance, conduzem à loucura e satisfazem devaneios fantásticos. Tudo isto aconteceu a Luís II da Baviera, que, inspirado nas lendas alemãs de Lohengrin e na obra de Wagner, magicou e custeou a construção do Schloss Neuschwanstein, imponente a um olhar da segunda destas cidades.
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Visitámo-las numa excursão de um dia, vindos da Áustria, onde acampávamos junto ao Tirol. Se um castelo ou palácio alguma vez tivesse de ser aqui construído, só poderia ser este - para uma paisagem mágica, um trono de fadas: as montanhas encimadas pela neve a sul; a planície salpicada por espelhos de água a norte e em todo o redor; o verde puro que brota da terra e nos abraça ofegante; a arquitectura romântica de quem almeja mais do que a realidade lhe pode dar; e um cisne branco fantástico empoleirado numa colina, vigilante.
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Em Füssen e Hohenschwangau só podíamos ser felizes: percorremos o olhar maravilhado por edifícios de inspiração romântica; pedalámos uma gaivota no Alpsee, quais cisnes aspirantes; bebemos a melhor cerveja do mundo - e se calhar a mais cara - numa esplanada de luxo; preterimos (não só, mas também por essa razão) o passeio de caleche para calcorrear em plano inclinadíssimo a estrada de acesso ao Schloss Neuschwanstein; perdemo-nos por salas e torres de magia inspirada...
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Deixámos muito por fazer e ver, como o próprio Luís II - que terá morrido insane antes da sua conclusão. Mas o nosso mundo seria bem menos maravilhoso sem a loucura de uns poucos.