domingo, 9 de março de 2008

Vertigens no restaurante A Cabana, Apúlia

Aqui Bem Se Come
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A Cabana (o sítio digital merece uma espreitadela), na Apúlia, recebeu-me pela segunda vez. Da primeira visita, há dois meses atrás, saí com vontade de escrever imediatamente uma pequena crónica no Aqui Bem Se Come, mas a falta de tempo foi madrasta. Faço-lhe agora a devida justiça.
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Voltei pelo robalo do mar (a 25 euros o quilo), grelhado aberto sobre a brasa. Acabei por experimentar o polvo, igualmente excelente, acompanhado por deliciosas batatas cozidas, esparragado de grelos e cenouras do fértil litoral minhoto. Os meus comensais optaram pela costela de vitela, também grelhada. Um Charamba de 2003, a uns incríveis 6 euros, deixou-nos uma deliciosa vertigem, acentuada pelo corropio incansável do pessoal da casa.
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A contenda iniciou-se com uma inefável chouriça de carne assada na brasa e um pratinho de camarões cozidos (fiquei-me pela primeira e pelas inevitáveis azeitonas) e terminou com uns folhadinhos recheados de creme de ovo. Tudo, tudo muito bem. O advérbio descreve melhor a experiência de comer n'A Cabana do que o seu primo adjectivo, pois o espaço vive de movimento, de acções eficientes, de vozes cheias de vida, do trato rústico mas polido. Quem trabalha n'A Cabana gosta do que faz: o serviço é tão inebriante que é capaz de nos distrair das delicias servidas em loiça de gosto popular impecável.
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Se pensa em aconchegar aqui o seu estômago, prepare-se para resistir à pressão psicológica de uma multidão que aguarda (que sadismo!) junto ao incansável cozinheiro-grelhador e que parece querer invadir o espaço repleto de bocas e olhos satisfeitos. Exagero? Pois hoje ouviu-se esta extraordinária frase, da dona do estabelecimento para um dos funcionários (não sei se um dos 3 filhos que ali trabalham): "duas sopas lá para fora!" Atrevam-se a chegar tarde!
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À mesa: São, Toni, Liliana e o Viandante
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Serviço: Muito Bom
Ambiente e Decoração: Muito Bom
Higiene: Bom
Preço: Bom
Avaliação Geral: 8/10

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10 comentários:

ABRAHAM LÓPEZ MORENO disse...

Hola MANHENTE, no sabia que disponías de un enlace a mi blog. Muchísimas gracias y si deseas saber algo de estas tierras, o te animas a venir por aquí de vacaciones, pues no dudes que te daré toda la información que desees. Saludos desde "Panorámica Cazorlense".

Anónimo disse...

Segui a sugestao do Viandante.


Sera que todos que la passaram nao conseguem esquecer do momento magico da tipica casa minhota a beira mar. uma familia a trabalhar e pronta para servir com uma alegria natural. Foi um momento que estara na minha vida.
MUITO OBRIGADO.

MANHENTE disse...

Olá, amigo!

É bom saber que meia dúzia de palavras anónimas podem servir de sugestão a um bom repasto. Mas mais do que isso, a assistir ao espectáculo que é ver aquela família a trabalhar.

Cumprimentos

miguel disse...

estou completamente de acordo.... estou na suiça e sempre que vou a portugal nao resisto em me deleciar neste por muitos dizem ser o melhor restaurante do norte............

MANHENTE disse...

Olá, Miguel!

Obrigado pela visita ao blogue.

Mas sobretudo por amar as coisas boas da vida, como o estar a uma boa mesa. Desde que escrevi este post ainda não voltei À Cabana, mas não perde pela demora :-)

Tudo de bom.

Anónimo disse...

ontem foi jantar á cabana com os amigos, foi a primeira vez que aconteceu e fiquei muito contente pela comida, muito boa realmente, tambem gostei da simpatia do servir, ainda por cima familia benfiquista, voltarei á cabana...

Anónimo disse...

Ola, espero que esteja tudo bem, estive em apúlia no domigo, nao esta facil entrar neste restaurante, pois nesta altura esta sempre a 1000kh, desejo um bom trabalho para a familia e para a sr mena, um beijo e um abraço, Ass Jorge Mendes

Anónimo disse...

Llevo aguantando a Pedro, Abel, Miguel, Sonia, Dña. Filo, Pedro el Portugues, Antonio y a todos los empleados mas de cuatro años. La cocina de las mejores que conozco, sin embargo si tuvierais la fortuna de conquistar "la amistad" de esta gran familia, como nos sucede a nosotros; el visitar A CABANA, se convierte en un ritual que debe repetirse al menos dos o tres veces al mes. Gracias por vuestra hospitalidad.

Paulo Pardo y Ana

Anónimo disse...

A cabana! Só por desfeita a quem gosta de estar á mesa.

A convite fui comer um arroz de marisco, “que seria do melhor”, afinal feito com calda de caldo knor, com 5 camarões, meio peito de sapateira, 1 pinça do mesmo, 2 mexilhões da nova Zelândia e arroz. O resto dos moluscos nem vê-los! 17 Euros ou por ai. Também queria o quê! Fiquei com a minha mulher a tarde toda com azia. Quanto aos empregados de mesa (familiaridades à parte) são brejeiros com as mulheres, do tipo engatatões, usam linguagem desadequada a um restaurante, vestem-se com camisas de mostrar os pelos do peito, tipo machões, mais parecem ciganos numa feira, são barulhentos. Aliás, estar no restaurante só me foi possível porque fiz dois tampões para os ouvidos com o papel do guardanapo. É um barulho insuportável! Entrar foi um problema porque estavam mais de 50 pessoas a porta. Mal estávamos a finalizar aquilo que seria um almoço de família, já nos estavam a empurrar para sair, e logo eu que adoro estar á mesa numa boa conversa. Portanto foi um almoço aterrador, foi uma má experiencia, é para nunca mais voltar sequer a pensar no maldito tasco. Aliás gostava de ver a higiene da cozinha com aquele movimento todo. Himagino! Não me lixem! Recomendo um restaurante o 44 em Matosinhos, ali sim, comemos bem e somos tratados como deve ser para não falar do conforto. Mas paga-se! Tascos! Nunca mais!

MANHENTE disse...

Obrigado pelo seu comentário, tão legítimo como qualquer outro (embora se devesse identificar).

Apenas fui duas vezes à Cabana e o meu texto reflecte a minha experiência.

O barulho, os modos menos polidos dos funcionários e a pressão do tempo estão subentendidos no meu texto. E, de algum modo, seriam de esperar numa "cabana de pescadores".

Para quem prefere ambientes menos "reais", mais burgueses, por certo não é o lugar a frequentar.

São gostos.

Quanto à qualidade da comida, espero que tenha tido pouca sorte. Um dia destes passo por lá para comprová-lo.